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Endometriose: diagnóstico e tratamento

 

A 59ª edição do Projeto Pauta Feminina reuniu especialistas nesta quinta-feira (27) para discutir diagnóstico, tratamento e intervenções que impactam a vida das portadoras de Endometriose.

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Dores intensas no período menstrual podem sinalizar o problema

Embora muitas pessoas a confundam com um problema do útero, a endometriose é, na realidade, uma doença do tecido que recobre o órgão internamente, o endométrio. Na prática, a condição ocorre quando esse tecido sai do útero e passa a se grudar fora dele e em outros órgãos. 

As teorias para compreender esse fenômeno são muitas, contudo, a mais aceita é que uma porção da menstruação carregue parte do endométrio para o lado externo. 

— Ele gruda nos órgãos e o sistema imunológico não consegue eliminar e se desenvolve a doença — explica Marco Aurelio Pinho de Oliveira, chefe do Ambulatório de Endometriose da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). 

Comum durante a idade reprodutiva, estima-se que a doença afete 15% das mulheres do mundo. Por isso, o mês de março chama a atenção para o problema. Saiba mais sobre a doença. 

O que é endometriose? 

É quando o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, sai para fora do órgão, se grudando em outras regiões como intestino e rins, por exemplo. 

Quais são os sintomas? 

A dor é o principal indicativo do problema. Ela tende a ser persistente e não melhora com o uso de medicamentos analgésicos. De acordo com Renata Buere, fisioterapeuta pélvica do Ambulatório de Dor Pélvica Crônica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no Rio de Janeiro, a maioria das pacientes que chega ao consultório com dor pélvica crônica sofre com o problema. 

— Certamente, 70% dos casos é endometriose. 

A infertilidade é outro fator determinante para sinalizar a doença. Após a cirurgia, a tendência é que esse problema seja revertido. Mesmo assim, algumas mulheres podem precisar fazer fertilização, diz Oliveira. 

Também é bom ficar atento para dores na região lombar, durante as relações sexuais e ao urinar ou evacuar. 

— Pode atingir o sistema urinário e digestivo, obstruindo o intestino e trazendo complicações — diz o médico. 

Como diagnosticar? 

Oliveira recomenda que as cólicas não sejam desprezadas, portanto, a indicação é relatar as dores ao médico e investigar sua origem.  

— O médico normalmente não valoriza esses relatos, o que leva a um retardo do diagnóstico de 10 anos — destaca o especialista. 

Como não aparece no ultrassom e nem no exame preventivo, ao apresentar tais sintomas deve-se requisitar uma ultrassonografia ou ressonância especializada. 

Tem como prevenir? 

A prevenção passa, obrigatoriamente, pela suspensão da menstruação, o que significa utilizar contraceptivos orais de forma continuada. 

Na adolescência, a recomendação é investir em uma alimentação saudável e exercícios físicos, indica o médico. 

Como tratar? 

O tratamento pode ser cirúrgico, por laparoscopia, quando se retira os focos do problema, ou via tratamento com medicamentos hormonais, a depender do caso da paciente. 

Para aliviar as dores, pode-se apostar na fisioterapia, que lança mão de técnicas como alongamentos, liberação miofascial, eletroterapia e biofeedback, método que torna o assoalho pélvico visível para a mulher trabalhar o relaxamento da musculatura da região. 

— A dor crônica gera problemas de postura, considerando que a endometriose leva anos para ser diagnosticada, a mulher tem dor por mais esse problema. Dor crônica é uma caixa de Pandora, não envolve só questão muscular. Tem as questões psicológicas, hábitos comportamentais, alimentares — elenca a fisioterapeuta.